Money Talks, Money Talks
- Gabriela Pegorini

- 15 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
Basel or Bagel?
Na semana passada, vivemos uma intensa semana de Arte em Miami. Ponto geograficamente estratégico, que conecta as Américas e a América para outros continentes!

A Art Basel é o X da questão. Ela fecha o ano global das feiras com chave de ouro, garantindo o maior número de vendas e galerias. Esse ano, com menos visitantes, mas com um efeito “Trump Bump”. Após as eleições americanas, o investimento em obras de Arte no portfólio, vem ganhando força como uma alocação segura, que independe de posições políticas. Além disso, o setor imobiliário em Miami explodiu, com fundos de investimos migrando de
NYC para encontrarem um lugar ao Sol das praias da Flórida!
Definitivamente, “money talks”!
Mas a melhor notícia da temporada, foi o aumento de galerias brasileiras na Basel e nas feiras satélites, que são muito interessantes! O Brasil possui uma produção cultural vasta, tem um mercado resiliente e fez bons negócios por lá.
Em números, tivemos 48 obras de artistas brasileiros sendo expostas na Basel. Com 17 galerias brasileiras e 31 galerias internacionais, exibindo artistas brasileiros. Isso signica que mais de 17% dos participantes estavam mostrando nossos talentos brasileiros. E com vendas significativas confirmadas como Daniel Senise, Abraham Palatinik, Mestre Didi, Emanoel Araújo.
Um viva para os artistas gaúchos que estavam com obras expostas, como Detanico & Lain na Galeria Vermelho, Saint Clair Cemin na Millan, Vera Chaves Barcellos na Zielinsky, Lúcia Koch na Nara Roesler, Ione Saldanha na Simões de Assis.
Destaco também, a Untitled, mesmo me surpreendendo mais com a Miami Art Fair, que também contava com galerias brasileiras e artistas que já estiveram na Bienal do Mercosul. Por fim, nosso recado é que temos que aplaudir de pé essa força nacional, participar de feiras no exterior exige estratégias de mercado qualificadas e apresentar recortes muito bem pensados. Os custos são muito elevados e a maioria das galerias apresentam trabalhos sólidos e já validados no mercado. Arriscar e arriscar com o dólar nas alturas, são momentos diferentes.
Mesmo assim, a Basel Miami, com direção de Bridget Finn, foi convidativa e intimista, abrindo espaços para galerias menores e novas, sem perder a vibração intensa do local. Miami é receptiva, dinâmica, e muito envolvente. Adoramos ver o movimento em toda cidade, com ativações de Arte em todos os cantos, para esperar pessoas do mundo inteiro.
É muito importante para nós brasileiros, prestigiarmos nossas galerias e artistas, incentivarmos a Arte como estratégia de País. Criar espaços, aproximar mais pessoas, entender a Arte como estratégia de negócio. Estamos vivendo um momento formidável e temos que nos orgulhar!
Sobre o autor
Gabriela Pregorini atua na coordenação da experiência do projeto expositivo, sendo responsável pela articulação de relações institucionais com escolas da rede pública, agentes do mercado de arte, imprensa, associações, arquitetos, grupos especiais e a comunidade em geral. Seu trabalho está na construção de pontes entre a arte e os diversos públicos, promovendo acessibilidade, diálogo e engajamento significativo com a proposta curatorial.


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